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RUN DMC

domingo, 22 de julho de 2007


Biografia:

Influenciados pelos pioneiros do rap de Nova York (Grandmaster Flash & Furious Five, Kurtis Blow, Sugarhill Gang e outros tantos que fizeram a voz negra ser ouvida além dos guetos), Simmons, McDaniels e Mizell começaram a se apresentar juntos em 1980 como Crush. Terminados os anos de high school, em 1982, mudaram o nome do trio para os apelidos dos dois MCs e não tardaram a conseguir um contrato. Logo lançaram o primeiro single, com as músicas "It’s Like That" e "Sucker MCs". A primeira tornou-se um grande hit no underground local. A outra acabou aclamada pelos críticos como o divisor de águas do gênero. "Sucker MCs" passou a ditar as regras de uma nova forma na criação das bases: nenhum outro instrumento a não ser uma bateria eletrônica, dois toca-discos e um mixer. A revolução não ficou restrita apenas na sonoridade do single de estréia. Por sugestão do irmão mais velho de Run (Russell Simmons, empresário de rap e então parceiro do produtor Rick Rubin na gravadora Def Jam, que descobriu para o esterlato nomes como Public Enemy, Beastie Boys e LL Cool J), Run, DMC e Jam Master Jay passaram a subir no palco ostentando as mesmas roupas surradas do dia a dia. O vestuário eram enormes moletons e corriqueiros agasalhos esportivos (ou casacos de couro e jeans pretos), tênis brancos desarramados e penduricalhos nada discretos no pescoço. Estava criada a imagem típica do b-boy. Em 1984, o Run DMC lançou o primeiro álbum, homônimo (o primeiro disco de ouro para um grupo hip hop no mercado fonográfico americano). No ano seguinte, King Of Rock manteve a ascensão, agora ultrapassando a marca da platina. Seus integrantes também passaram a receber convites para aparições em filmes e tributos-com-vários-artistas-cantando-por-uma-causa-nobre – como o Sun City, contra o regime de apartheid então vigente na África do Sul. Sob os auspícios de Rubin, talentoso e barbudo produtor sempre capaz de enxergar longe novos caminhos para o rock, o Run DMC deu o passo que viria a mudar para sempre sua carreira. Mizell sampleou o compasso inicial de "Walk This Way" e encheu os loops de scratches e breakbeats. Perry foi convocado para refazer o marcante riff de guitarra da canção e Tyler soltou o vozeirão com Russell e Darryl, reproduzindo a letra canto-falada que com alguns anos de antecedência já simulava o que viria a ser o rap. A regravação foi o carro-chefe de Raising Hell, de 1986. O disco vendeu três milhões de cópias nos EUA (equivalente à platina tripla no mercado de lá), foi o primeiro a chegar entre os dez álbuns mais vendidos da Billboard e alcançou o posto máximo na parada de r&b. A MTV, até então reticente quanto à exibição de clipes de rap, também não teve como ignorar mais o gênero. A Rolling Stone, mais famosa revista de música do país, deu sua primeira capa a um artista da cultura hip hop. O Run DMC também tornou-se o primeiro contratado fora do meio esportivo a fazer propaganda para a marca esportiva alemã Adidas (com a faixa "My Adidas"). Outros dois grandes hits ainda foram extraídos do álbum: "It’s Tricky" e "You Be Illin’" (que três anos depois ganharia uma letra em português chamada "Adelaide, A Anã Paraguaia"; a gravação, do Inimigos do Rei, foi massacrada pela crítica porém mais executada que a versão original pelas rádios brasileiras)O rap estava em alta e novos nomes passaram a dividir os louros com o Run DMC. Em Nova York, Boogie Down Productions e Public Enemy bradavam em alto e bom contra o capitalismo, a mídia e o poder dos brancos e judeus. Do outro lado do país, em Los Angeles, o cotidiano barra-pesada dos guetos "vermelho" e "azul" saltava para a tela do cinema no filme Colors – As Cores da Violência. O NWA (formação que revelou nomes como Eazy-E, morto em decorrência da Aids há alguns anos; Ice Cube, hoje mais voltado para a sétima arte; e Dr Dre, padrinho de Eminem e Snoop Doggy Dogg) e o ex-traficante de armas Ice-T levaram a violência das ruas para a música. Em pouquíssimo tempo, o gangsta passou a dar as cartas no gênero, limitando o espaço para a celebração pura e simples. Por isso, os dois álbuns posteriores do Run DMC, Tougher Than Leather (1988) e Back From Hell (1990), passaram longe de repetir o mesmo sucesso devastador de "Walk This Way" e Raising Hell. Mesmo com outra regravação ("Mary Mary", de ?) e algumas faixas que mantinham o estilo de antes ("Beats To The Rhyme", "Pause"). Na virada dos anos 90, Simmons e McDaniels também enfrentaram problemas pessoais – o primeiro foi falsamente acusado de estupro na cidade de Cleveland e o outro superou a dependência alcoólica), passaram por uma grande experiência de conversão religiosa (Run tornou-se reverendo e assim o é até hoje. Gradativamente, o grupo se afastou do mundo da música. Em 1993, mesmo com vários convidados nos vocais e produções das faixas (como A Tribe Called Quest, KRS-One e Naughty By Nature), o álbum Down With The King também falhou na última tentativa de reerguer com sucesso a carreira do Run DMC. Somente oito anos o trio voltou a gravar um disco. Crown Royal, lançado em meados de 2001, contou com diversas participações especiais (Everlast, Method Man, Fred Durst, Sugar Ray, Fat Joe, Kid Rock, Nas e o vocalista do Third Eye Blind, entre outros) e teve um hit instantâneo. "Take The Money And Run", outra recriação (a música foi originalmente gravada pela Steve Miller Band), teve freqüentes execuções nas rádios – inclusive no Brasil – e conseguiu gás suficiente para fazer o Run DMC voltar à ativa com força. Dias antes do assassinato de Mizell, o grupo havia encerrado uma badalada turnê ao lado de Aerosmith e Kid Rock e estava tomando um gás para começar a trabalhar no novo álbum. Jam Master Jay, muito provavelmente, estava maquinando algumas bases no estúdio quando foi surpreendido pelo seu assassino. No início de novembro, o Run DMC anunciou sua retirada dos palcos e estúdios.

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